O ministro disse que a orientação de um
país no Conselho de Segurança da ONU "não chega a ser um segredo"
O
ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, minimizou nesta
segunda-feira (29/7) as denúncias publicadas pela revista Época desta semana
sobre espionagem dos Estados Unidos ao Brasil. Segundo a reportagem, os Estados
Unidos teriam usado meios digitais para espionar oito integrantes do Conselho
de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), dentre os quais o Brasil.
De acordo com a revista, o episódio ocorreu em 2010, quando o então presidente
iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, quebrou um acordo verbal e anunciou que
enriqueceria urânio em seu território.
Em
entrevista à imprensa, Patriota disse que a orientação de um país no Conselho
de Segurança da ONU "não chega a ser um segredo" e que é possível obter
o posicionamento por meio de contatos, de interlocutores e até mesmo de
jornalistas. "Essas suspeitas são recorrentes", disse o ministro.
"Eu
recordaria que, quando houve a iniciativa da intervenção norte-americana e
britânica no Iraque, em 2003, surgiram várias notícias falando de espionagem na
missão do México e do Chile, que eram membros do Conselho de Segurança naquela
época, e de outros países. Algo que exige grande cuidado", acrescentou o
chanceler.
Patriota
chamou a atenção para o contexto atual, em que as coisas "acontecem
enquanto se conversa", e citou denúncias recentes de violação de
informações pelos Estados Unidos.
Segundo
ele, após reunião da Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, ficou decidido que o
assunto será encaminhado ao sevretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "o que
vai ser feito", e que a Argentina, como integrante de um assento não
permanente do Conselho de Segurança, levasse o assunto ao colegiado, "o
que deverá ocorrer". Ontem [28] mesmo, à margem na Missa de Envio
[celebrada pelo papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de
Janeiro] conversei com o chanceler Timerman [ministro das Relações Exteriores
da Argentina, Héctor Timerman] sobre o assunto."
O
assunto também foi tratado nesta manhã pela presidente Dilma Rousseff, em
reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou a assessoria
de imprensa do Itamaraty. De acordo com a assessoria, o grupo técnico
interministerial do governo brasileiro, formado após denúncias de violação de
informações pelos Estados Unidos, continua ainda sem data definida para a
reunião com o governo norte-americano, em Washington, mas o encontro deve ser
em breve.
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