Presidente do DEM apóia medidas judiciais do PPS contra criação partido do prefeito de São Paulo que será lançado hoje
O DEM estudou expulsar Kassab da legenda, mas voltou atrás. O prefeito de SP ainda não saiu do partido
O DEM tenta se unir ao PPS e ao PMN para conter a saída de integrantes dos respectivos partidos. Nas últimas semanas, as três siglas sofreram perda de políticos que resolveram se filiar ao PSD,partido que será lançado nacionalmente hoje em Brasília pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM).
A principal estratégia conjunta é acompanhar todo processo jurídico de fundação da nova sigla. Por esse motivo é que o presidente nacional do DEM, José Agripino (RN), considera hoje uma data decisiva. Segundo ele, quem não quiser perder o mandato precisa assinar a ata de fundação do partido nesta quarta-feira em Brasília.
“Nós do DEM, do PPS e do PMN vamos nos unir para acompanhar nome por nome daqueles que assinaram a ata do PSD. Para nós, a legislação está clara: tem de participar da criação do partido se não quiser perder o mandato do partido pelo qual foi eleito”, explica o presidente do DEM.
Na terça-feira, o DEM apoiou a decisão do PPS de ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal questionando a migração de políticos para a sigla a ser criada por Kassab.
Segundo o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), o dispositivo usado pelo prefeito paulistano fere o princípio da fidelidade partidária. "O PMN só não assinou a nossa Adin porque não tinha procuração. Queremos que o Supremo decida o mais rápido possível", afirma Freire.
O presidente do PPS contou ainda que o PSDB também poderá tomar medidas para não perder deputados. Segundo Freire, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) estuda medidas similares. No entanto, até agora, nenhum deputado tucano anunciou adesão ao PSD.
O líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), também defendeu uma ação conjunta entre os partidos para preservar os mandatos. "Vamos fazer um forte trabalho de fiscalização de todo processo de criação deste novo partido. Para 2012, eles não conseguem cumprir os prazos", diz.
É por isso que muitos políticos anunciaram filiação ao PSD, mas ainda não se desligaram formalmente das suas atuais siglas. O próprio Kassab ainda não deixou o DEM. Setores do partido estudaram a possibilidade de expulsá-lo. "Mas isso é tudo que ele quer. Nem precisará criar outra sigla, por isso voltamos atrás", conta um dirigente do DEM.
Nas últimas semanas, aumentou o número de adesões ao PSD. O partido já tem negociações avançadas em 20 das 27 unidades da Federação. Nos quatro maiores colégios eleitorais (SP, MG, RJ e BA, respectivamente), a nova sigla possui coordenadores definidos.
No fim de semana, duas adesões de peso foram oficializadas. Em Tocantis, a senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Katia Abreu (DEM), anunciou a fundação do PSD no Estado. No Amazonas, o governador Omar Aziz (PMN) também confirmou seu ingresso no partido.
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