O
ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os efeitos
da decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que, em julgamento
de agravo de instrumento, manteve a decisão de primeiro grau favorável à
Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV), que
impediu a identificação nominal na divulgação dos subsídios mensais recebidos
por seus associados. O ministro concedeu liminar com esse fim nos autos da
Reclamação (RCL 14739) apresentada pela União ao STF.
A
decisão agora suspensa foi proferida nos autos de ação ajuizada pela Amatra IV,
na Justiça Federal, contra a Resolução 115 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), de 5 de julho de 2012, que obrigou todos os tribunais do País a
divulgarem, nominalmente, vencimentos pagos a servidores e os subsídios dos
magistrados. A associação de classe pleiteou que a resolução fosse declarada
nula porque a medida violaria a intimidade e a vida privada dos juízes (artigo
5º, inciso X, da Constituição Federal).
Ocorre
que, como salientou o ministro Joaquim Barbosa ao conceder a liminar, é do STF
a competência para proceder ao controle de legalidade e constitucionalidade dos
atos regulamentares do CNJ, decorrentes de sua atividade-fim exercida com base
no artigo 103-B, parágrafo 4º, inciso I, da Constituição Federal. A Amatra IV
alegou que “a ausência de personalidade jurídica do CNJ permitiria o
ajuizamento da ação perante a Justiça Federal de primeiro grau, com suporte na
identificação do ato à União”.
Além
da questão relativa à usurpação da competência, o ministro Joaquim Barbosa
salientou a existência de precedentes do STF favoráveis à divulgação nominal
dos vencimentos de servidores e subsídios de juízes. “A urgência para concessão
da liminar resta comprovada, pois o risco a ser aferido também deve ter como
medida a repercussão negativa do desrespeito à competência do Supremo Tribunal
Federal. Soma-se a isso que esta Corte já se manifestou, em reiteradas
decisões, de forma favorável à divulgação pública nominal das remunerações de
agentes públicos”, afirmou o ministro.
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