Medida é adotada após governo turco pedir baterias antimíssil para se proteger de ataques de país vizinho e em meio a temores de que Síria possa usar armas químicas em conflito
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) aprovou nesta terça-feira planos para enviar baterias antimíssil Patriot para o sul da Turquia para fortalecer sua defesa contra ataques da vizinha Síria, anunciou o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, por meio do Twitter. "A Otan concordou em aprimorar as defesas aéreas da Turquia. Estamos determinados a defender a população e o território turcos", disse.
Chanceleres da Otan se reúnem em Bruxelas, Bélgica
A expectativa é a de que Alemanha e Holanda forneçam baterias para os mísseis Patriot produzidos nos EUA. Os Parlamentos de ambos os países teriam de aprovar a medida após a votação favorável na Otan. Previamente, Rasmussen disse que a instalação de mísseis será uma medida apenas de defesa. "Isso não significará de forma alguma um apoio a uma zona de exclusão aérea ou a uma operação ofensiva", afirmou antes da votação.
A medida pedida no dia 21 pelo governo turco foi aprovada durante um encontro dos 28 chanceleres da Aliança Atlântica em Bruxelas, Bélgica, e em meio a temores de que o regime de Damasco poderia usar armas químicas. Rasmussen e o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, disseram que uso desse tipo de armamento seria "completamente inaceitável".
Ao chegar à reunião em Bruxelas, o líder da Otan alertou que a comunidade internacional terá uma " reação imediata " caso o governo da Síria utilize armas químicas. A mesma advertência foi feita na segunda-feira pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e pelo porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, que disseram que osEUA tomariam medidas se o regime sírio de Bashar al-Assad usar essas armas.
A Síria reagiu às advertências dos EUA negando na segunda-feira ter planos de usar armas químicas contra seu próprio povo. "A Síria tem destacado repetidamente que não vai usar esses tipos de armas, se estivessem disponíveis, sob quaisquer circunstâncias contra seu povo", disse o Ministério de Relações Exteriores.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, também participou da reunião desta terça em Bruxelas. O país foi contra a instalação dos mísseis, dizendo que a medida aumentaria as tensões na região.
Na segunda, uma autoridade turca que não quis ser identificada afirmou que a Rússia tinha concordado com uma nova estratégia diplomática para persuadir o presidente sírio a deixar o poder, no que seria uma mudança da posição russa, que até agora apoiou o governo.
Os rumores sobre a nova estratégia russa representam mais um obstáculo para Assad, depois de os rebeldes terem conseguido importantes vitórias nos últimos dias, como a conquista de duas bases aéreas e uma hidrelétrica.
Os combates na capital, Damasco, se intensificaram, levando a Organização das Nações Unidas (ONU) a retirar parte de seus funcionários do país . A agência oficial síria, Sana, disse que um repórter do jornal estatal Tishrin foi morto perto de sua casa em Al-Tadhamon, subúrbio de Damasco, nesta terça-feira, quando se dirigia ao trabalho. Segundo a agência, Naji Assaad foi "assassinado por um grupo terrorista", termo usado pelo regime para descrever os rebeldes.
Com BBC, AP e Reuters
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