Grupo de pessoas é suspeito de vender medicamentos ilegais e realizar abortos em cidades de Goiás e Mato Grosso
Pelo menos sete pessoas foram presas nesta sexta-feira durante a Operação Pró-Vita, da Polícia Federal (PF), desencadeada com o objetivo de combater a comercialização de medicamentos ilegais e prática de abortos criminosos em série em Goiás e Mato Grosso. Várias cartelas de medicamentos usados para aborto e dinheiro foram apreendidos nesta manhã.
Serão cumpridos hoje 66 mandados judiciais, sendo 11 de prisão temporária, 33 de conduções coercitivas e 23 de busca e apreensão nas cidades de Barra do Garças, Alto da Boa Vista e Primavera do Leste, no Mato Grosso. Em Goiás, há mandados a serem cumpridos em Goiânia, Aragarças, Baliza e Aparecida de Goiânia.
Medicamentos apreendidos em uma residência durante a operação
Segundo a PF, a investigação revelou a existência de uma rede criminosa, dividida em duas ramificações que interagiam nas práticas dos crimes. A primeira, voltada para a importação e distribuição de medicamentos de origem estrangeira sem o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para farmacêuticos e médicos da região. Esses remédios são de circulação proibida no País e utilizados como abortivos, remédios para tratamento de obesidade e disfunção erétil. A segunda ramificação é composta por médicos e pessoas associadas, acusados de realizarem procedimentos abortivos mediante recebimento de vantagens financeiras.
Os médicos utilizavam os medicamentos ilegais, fornecidos por farmacêuticos e importadores de remédios, na estrutura do serviço público de saúde, materiais e equipamentos do Hospital Municipal de Barra do Garças. Além do crime de aborto, eles cobravam pela realização de procedimentos médicos custeados pelo Sistema Único de Saúde - SUS.
De acordo com a corporação, durante a fase de investigação foi possível identificar uma série de casos de abortos criminosos e a apreensão de 187 comprimidos do remédio Cytotec, 260 comprimidos de Sibutramina, 56 comprimidos de Desobesi-M, 60 comprimidos de Xanax, 40 comprimidos de Rheumazin Forte e 50 comprimidos de Pramil.
Os presos serão encaminhados para a Cadeia Pública do Município de Barra do Garças/MT e responderão criminalmente por aborto, comercialização de medicamentos sem registro na ANVISA, peculato, corrupção e formação de quadrilha.
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