Charles Manson foi condenado à prisão perpétua
Responsável pelo assassinato da atriz Sharon Tate, mulher de Polanski então grávida de oito meses, tentará liberdade condicional
Foto divulgada pelo Departamento Correcional da Califórnia mostra o serial killer americano Charles Manson, 77 anos. Assassino da atriz Sharon Tate, mulher de Roman Polanski morta em 1969, ele foi condenado à prisão perpétua pelo homicídio. Criador da seita Família Manson, ele irá a julgamento no dia 11 de abril de 2012 no qual irá pleitear liberdade condicional.
O CASO
No dia 9 de Agosto de 1969, “A Família” invadiu a mansão do cineasta Roman Polanski, em Hollywood e assassinaram brutalmente a esposa do cineasta e dois casais de convidados que se encontravam na casa, fazendo um total de cinco vítimas naquele dia.
Sharon Tate, 26 anos e esposa de Roman Polanski, estava grávida de oito meses. Seu corpo foi perfurado 16 vezes por uma lâmina de baioneta e depois fora enforcada. Estudos posteriores da perícia mostraram que o bebê sobreviveu por muito tempo após a morte de sua mãe.
Sharon Tate morta pela "Família"
Sharon Tate era bonita e sensual. Poderia ter tido uma carreira de sucesso no cinema, já que seu marido Roman Polanski começava a tornar-se famoso como diretor
O verdadeiro objetivo de Manson era se vingar de Terry Melcher, antigo morador da casa e produtor dos “Beach Boys”.
Manson acreditava que Terry havia roubado uma de suas músicas, mas no auge de sua loucura não percebeu que Terry não morava mais lá.
Na noite seguinte o grupo fez mais vítimas: Leno e Rosemary La Bianca , proprietários de uma rede de supermercados. O casal também teve sua casa invadida e foi brutalmente assassinado pelos seguidores de Charles Manson.
Eles foram mortos com dezenas de golpes de garfos e facas, e na parede foi deixado escrito em sangue: “Death to Piggies”(morte aos porcos). Esses assassinatos foram atribuídos à "uma ordem" da musica “Piggies” dos Beatles.
O objetivo dos assassinatos planejados por Charles Manson era começar uma guerra que, segundo ele, seria a maior já travada na terra, denominada de “Helter Skelter”.
O nome corresponde, naturalmente, ao título de uma música dos Beatles onde, de acordo com Manson, havia uma maior quantidade de mensagens subliminares.
Seria uma guerra entre negros e brancos, em que os negros seriam exterminados.Manson acreditava que algum negro logo seria acusado pelos seus assassinatos, o que faria com que os confrontos racistas de sua época explodissem logo.
Como ele e sua “Família” eram brancos, planejavam esconder-se em um poço, denominado por Manson como "Poço Sem Fundo", em algum lugar no deserto californiano, que só ele sabia onde ficava, assim que a suposta guerra começasse. Ali eles permaneceriam "até que a guerra acabasse".
"A Família", liderada por Manson, estava sempre "ensaiando" se esconder em cavernas. Eles acreditavam que quando a "guerra" entre os brancos e negros começasse, teriam que se esconder no "Poço sem Fundo", proposto por Manson. Era o efeito das drogas que possibilitava esse tipo de comportamento
O "Calcanhar de Aquilies" da Familia:
O grupo "Família" se reuniu em torno de Manson tentando protegê-lo.Manson não estava presente em nenhuma das chacinas de seu grupo,mas a promotoria conseguiu provar que ele fora o mandante dos crimes.
Linda Kasabian, uma das integrantes da comunidade e testemunha ocular das mortes em Cielo Drive, resolveu fugir e denunciar Charles e os outros integrantes à polícia, além de depor em seu julgamento em troca de imunidade.
Ela não concordava com os assassinatos, apesar de ter presenciado alguns. Manson e seus seguidores foram presos e acusados pelos assassinatos.
Durante o seu processo, Manson deixou de lado sua figura pública de pacifista inocente e revelou seu profundo ódio pela humanidade, acusando-a de rejeitar a ele e aos seus seguidores como a "sociedade correta".
Foi também revelado seu verdadeiros carater: Manson era racista ferrenho. Por isso planejou cometer seus crimes brutais contra ricos brancos para que estes fossem atribuídos a negros e se iniciasse uma onda de perseguições contra os negros de todo o país.
A Influência de Manson:
Por incrível que pareça, atualmente alguns artistas da música têm idolatrado Mason e pregando sua libertação, através de letras de música.
O julgamento de Manson foi o maior, o mais caro e o mais emblemático dos EUA, pois estava em julgamento não penas pessoas, mas toda a essência do movimento Hippie que dominou os anos 60. No final eles foram condenados à morte.
Mas, em 1972 a pena de morte foi abolida no estado da Califórnia, onde eles estavam presos. As penas foram então transformadas em prisão perpétua,com possibilidade de condicional, em um tempo futuro.
Naquela época, Manson virou uma espécie de "celebridade", com muita gente o defendendo, em detrimento de outras que o condenavam.
Não demorou para que virasse objeto de filmes, livros, músicas e até ópera.
Segundo o promotor, Bugliosi, “hoje, quase todo grupo minoritário e rejeitado da América, dos satanistas aos neonazistas, encampou Manson e os venenos de sua virulenta filosofia racista. Ele se tornou o ícone espiritual deles.”.
Em 1971, seis membros da Família tentaram roubar 140 armas de uma loja,e foram presos. O objetivo era tentar resgatar Manson.
Manson na Atualidade:
Manson, hoje com mais de 75 anos, ainda é o prisioneiro na Prisão de Corcoran, na California, que mais recebe cartas nos EUA. Neste período,já teve algumas punições dentro da prisão (especialmente a “solitária”),
por diversas infrações graves, inclusive por tramar o assassinato do presidente
dos EUA da época (Gerald Ford), tentado colocar uma de suas garotas livres perto dele. Ela foi presa e pegou perpétua.
Já foi penalizado também por vender drogas dentro da prisão. Muitas vezes teve problemas com outros internos: Já foi envenenado, espancado e até mesmo tentaram colocar fogo nele.
Também relata-se abuso sexual. Em 1974, foi diagnosticada uma doença psicológica aguda. Seu “x” na testa foi transformado em uma suástica nazista.
Em uma entrevista mais recente, disse: “Eu não sinto culpa. Eu não fiz nada pelo que deva me envergonhar.”
Sua condicional foi negada inúmeras vezes. Nem sempre ele comparece à audiência – uma vez, mandou apenas um cartão do jogo Banco Imobiliário: aquele que diz “Saída livre da prisão”.
"A FAMÍLIA"
Família Manson foi o grupo fundado por Charles Manson, que em 1969 matou Jay Sebring, Wojciech Frykowski, Abigail Folger, Steven Parent, a atriz Sharon Tate e o casal Rosemary e Leno LaBianca no que ficou conhecido como Caso Tate-Labianca, entre outros crimes.
Formado por jovens seguidores de Manson, vindos de várias partes dos Estados Unidos para viver em comunidade numa pequena fazenda chamada Spahn Ranch, no sul da Califórnia, próximo a Los Angeles, seus principais integrantes eram:
Charles Manson
Líder, mentor intelectual e espiritual, condenado à morte em 1971 pelos assassinatos do Caso Tate-Bianca. Sua pena foi convertida em prisão perpétua. Cumpre a pena em prisão especial na Califórnia.
Charles “Tex” Watson
Um dos principais 'assistentes' de Manson, foi o principal matador das duas chacinas do Caso Tate-LaBianca. Cumpre pena de prisão perpétua no norte da Califórnia, desde 1970.
Susan Atkins
Cumpria pena de prisão perpétua pelos crimes Tate-LaBianca. Assassinou Sharon Tate. Foi a primeira dos Manson a morrer, em 24 de setembro de 2009. Morreu numa cama de hospital penitenciário, aos 61 anos, com uma perna amputada, outra paralisada, e câncer no cérebro.
Bobby Beausoleil
Cumpre pena de prisão perpétua pela morte de Gary Hinman, ocorrida poucos dias antes da chacina na casa de Sharon Tate.
Patricia Krenwinkel
Cumpre pena de prisão perpétua pelos assassinatos no Caso Tate-LaBianca.
Linda Kasabian
Participou como testemunha dos dois massacres e depois depôs contra os campanheiros no julgamento, recebendo imunidade. Sua localização é incerta desde os anos 70.
Leslie Van Houten
Cumpre prisão perpétua por participação nos assassinatos do casal LaBianca desde 1971.
Lynette 'Squeaky' Fromme
Cumpre prisão perpétua por tentativa de assassinato do presidente Gerald Ford em 1975.
Sandra Good
Presa em 1975 por enviar cartas com ameaças de morte a executivos de empresas pelo correio, foi condenada a 10 anos de prisão.
Steve Grogan
Condenado a prisão perpétua pela morte de Donald "Shorty" Shea em 1972, um trabalhador do rancho onde a 'Familia" vivia. Depois de preso, Grogan ajudou a polícia a encontrar o corpo de Shorty e se tornou um prisioneiro modelo. Recebeu liberdade condicional em 1986, sendo o unico integrante da seita de Manson condenado a prisão perpétua a ter conseguido isso.
Catherine 'Gipsy' Share
A mais velha das mulheres da 'família' - 26 anos na época do Caso Tate-LaBianca - foi presa em 1971 ao assaltar uma loja de armas na Califórnia com outros integrantes do bando, com a intenção a sequestrar um Boeing-747 para exigir a libertação de Charles Manson e demais assassinos prisioneiros, em troca da vida dos passageiros. Passou cinco anos presa.
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