Além de Carlinhos Cachoeira
e do senador Demóstenes Torres, os parlamentares querem ouvir os governadores
Marconi Perillo (GO) e Agnelo Queiroz (DF), que tiveram os nomes citados em
gravações telefônicas
Dois dias depois de ser
oficialmente instalada, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do
Cachoeira já acumula 167 requerimentos apresentados pelos senadores e deputados
integrantes do colegiado. São pedidos de documentos sigilosos, convocações de
depoentes e solicitações de quebra de sigilos bancários e fiscais.
Marco Maia afirma que a não existência de sub-relatorias vai facilitar trabalho
de relator
Entre os depoimentos
solicitados pelos parlamentares estão o do próprio Carlinhos Cachoeira e do
senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Também estão na lista o sócio
majoritário da Delta Construções, Fernando Cavendish; o engenheiro Cláudio
Abreu, ex-diretor regional da Delta; o contador Geovani Pereira da Silva,
apontado como tesoureiro do esquema de Cachoeira; os governadores de Goiás,
Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel; e até o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo.
São muitos também os
pedidos de quebra de sigilos bancários e fiscais. Estão no alvo dos
parlamentares, além de nomes indicados pela Polícia Federal (PF) com algum tipo
de ligação com Cachoeira, a Delta Construções e a Alberto & Pantoja
Construções e Transportes Ltda, considerada pela polícia uma empresa de
fachada, criada exclusivamente para receber dinheiro “sujo” da Delta.
Até agora, a CPMI aprovou apenas um requerimento, em sua primeira reunião, na terça-feira (24), com pedido de informações ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à PF sobre as operações Vegas e Monte Carlo.
Até agora, a CPMI aprovou apenas um requerimento, em sua primeira reunião, na terça-feira (24), com pedido de informações ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à PF sobre as operações Vegas e Monte Carlo.
Plano de trabalho
A comissão tem reunião
marcada às 14h30 da próxima quarta-feira (2), após o feriado, quando o relator,
deputado Odair Cunha (PT-MG), deve apresentar aos colegas um plano de trabalho
para as próximas semanas.
O planejamento pode não
agradar a todos, visto que os integrantes da comissão divergem sobre o melhor
momento para iniciar as oitivas dos acusados. Os parlamentares pretendem também
eleger o vice-presidente do colegiado.
Sub-relatorias
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse nesta sexta-feira (27) que considera correta a decisão de a CPMI não ter sub-relatorias. Segundo ele, a existência de sub-relatorias dilui o trabalho e há perda de foco. “Não ter sub-relatorias melhora o trabalho do próprio relator.”
Sub-relatorias
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse nesta sexta-feira (27) que considera correta a decisão de a CPMI não ter sub-relatorias. Segundo ele, a existência de sub-relatorias dilui o trabalho e há perda de foco. “Não ter sub-relatorias melhora o trabalho do próprio relator.”
Marco Maia, que relatou a
CPI da Crise Aérea, acha que o relator deve tratar de todos os assuntos da
comissão.
Questionado sobre a
legitimidade do relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), por ser do PT,
Marco Maia respondeu que o partido tem maioria na casa, mas que o relator não
representa um partido e que, portanto, é legítimo. “A composição da Câmara se
dá pela representatividade e o mesmo acontece para cada comissão do Congresso.”
O presidente completou que
a CPMI não pode existir apenas para o debate e deve produzir o que a sociedade
almeja, o esclarecimento do fato. “A CPMI tem que ter foco e necessita de
análise técnica, de uma linha condutora nas investigações.”
Os principais nomes citados nos requerimentos
Entre os nomes presentes nos requerimentos
apresentados à CPMI do Cachoeira estão:
- Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira: principal alvo da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, foi preso em 29 de fevereiro por chefiar um esquema de exploração de jogos ilegais. Também é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
- Fernando Cavendish: sócio majoritário da Delta Construções, empresa com grande número de obras do governo federal. Muitas, segundo a PF, obtidas com o pagamento de propinas;
- Demóstenes Torres: senador de Goiás pego em escutas telefônicas com Carlinhos Cachoeira e acusado de trabalhar pelos interesses do contraventor no Congresso Nacional;
- Geovani Pereira da Silva: contador de Cachoeira. Está foragido e é procurado pela Polícia Federal;
- Rosalvo Simprini Cruz: outro suposto contador de Cachoeira;
- Idalberto Matias de Araújo, o Dada: sargento da reserva da Aeronáutica, acusado de arapongagem, de alertar sobre operações contra o jogo e de cooptação de policiais;
- Cláudio Abreu: ex-diretor da Delta, foi desligado da empresa por conta da vinculação com Cachoeira. Estava foragido e foi preso pela PF na quarta-feira (25);
- Claudio Monteiro: ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Deixou o cargo depois de o Jornal Nacional revelar trechos de gravações feitas pela PF que apontam uma suposta ligação dele com o grupo de Carlinhos Cachoeira;
- Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira: principal alvo da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, foi preso em 29 de fevereiro por chefiar um esquema de exploração de jogos ilegais. Também é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
- Fernando Cavendish: sócio majoritário da Delta Construções, empresa com grande número de obras do governo federal. Muitas, segundo a PF, obtidas com o pagamento de propinas;
- Demóstenes Torres: senador de Goiás pego em escutas telefônicas com Carlinhos Cachoeira e acusado de trabalhar pelos interesses do contraventor no Congresso Nacional;
- Geovani Pereira da Silva: contador de Cachoeira. Está foragido e é procurado pela Polícia Federal;
- Rosalvo Simprini Cruz: outro suposto contador de Cachoeira;
- Idalberto Matias de Araújo, o Dada: sargento da reserva da Aeronáutica, acusado de arapongagem, de alertar sobre operações contra o jogo e de cooptação de policiais;
- Cláudio Abreu: ex-diretor da Delta, foi desligado da empresa por conta da vinculação com Cachoeira. Estava foragido e foi preso pela PF na quarta-feira (25);
- Claudio Monteiro: ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Deixou o cargo depois de o Jornal Nacional revelar trechos de gravações feitas pela PF que apontam uma suposta ligação dele com o grupo de Carlinhos Cachoeira;
- Andréia
Aprígio de Souza: ex-mulher de Cachoeira e acusada de "laranja",
escondendo recursos e patrimônio obtidos com os crimes;
- João Carlos
Feitosa, o Zunga: ex-subsecretário de Esporte do DF. Escuta da
PG revelou Zunga pedindo a um contador do grupo de Cachoeira que deposite
dinheiro em sua conta.
- Delta
Construções: uma das maiores empreiteiras do Brasil e grande
cliente do PAC, acusada de pagamento de propina para contratos de coleta de
lixo no DF, de doações ilegais de campanha e de nomeações de políticos.
- Brava
Construções e Terraplenagem: considerada pelas investigações
uma empresa de fachada, criada exclusivamente para receber dinheiro “sujo” da
Delta.
- Alberto e
Pantoja: A exemplo da Brava, também seria de fachada. Segundo a
PF, ambas têm o mesmo endereço: um prédio numa cidade-satélite de Brasília onde
existe uma oficina mecânica.
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