Saneamento básico é o maior problema ambiental do
Brasil estando à frente do desmatamento ou execução de projetos para a obtenção
de energia, segundo o professor de engenharia civil e ambiental da Universidade
de Brasília, Oscar Netto. Em sua avaliação, “em média, todo brasileiro vai se
deparar, em algum momento do seu dia, com problemas ambientais causados pela
falta de saneamento. Sobretudo no que se refere a saneamento urbano, nós temos
um grade desafio pela frente”, explica.
A Região Norte do Brasil é onde o problema de falta
de coleta e tratamento de esgoto é pior. Enquanto a média nacional de coleta de
esgoto nas residências é 44,5%, no Norte do país é apenas 6,2%, segundo dados
de 2009 do Ministério das Cidades, quando foi concluído o último Diagnóstico
dos Serviços de Água e Esgoto.
Em artigo publicado pela Agência Brasil, o professor
exemplifica a situação citando o caso da última enchente do Rio Negro, no
Amazonas. “A falta de coleta e destinação adequada dos detritos sólidos agravou
um evento natural periódico devido ao lixo que boiava e causava contaminação”.
Oscar Netto acredita que a população deva cobrar das
autoridades medidas para que esse quadro, da falta de saneamento básico, seja
transformado e exigir que o assunto esteja no topo das políticas públicas. A
mesma crítica ele estende ao movimento ambientalista que não estaria se
dedicando com afinco a essa questão.
O diretor adjunto de Campanhas do Greenpeace, Nilo
D’Ávila, discorda que o assunto seja esquecido pelo movimento ambientalista.
Ele admite que esta não seja uma bandeira da organização da qual faz parte, mas
garante que há outras organizações não governamentais (ONGs) no país
trabalhando para que seja dada mais atenção à limpeza de rios e aterros
sanitários.
Na opinião
de D’Ávila, a falta de dedicação à questão do saneamento básico é dos governos.
Ele, contudo, acha que o Brasil também não está indo bem nas outras frentes da
batalha ambiental. A queda do desmatamento apresentada pelo governo nas últimas
semanas, para ele, está mais relacionada a questões econômicas do que à
eficiência na fiscalização. “Você percebe que a curva do desmatamento e do
dólar são parecidas. O desmatamento na Amazônia é ligado à exportação de
commodities. O dólar alto e a impunidade que existe nas questões ambientais
levam as pessoas a cometerem ilícitos. Tanto que o desmatamento caiu, mas 80%
dele ainda é ilegal”, diz. (Fonte: Amda)
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