O deputado Guilherme Campos
(PSD-SP) defendeu, nesta quarta-feira (11), que o Simples Nacional (ou Supersimples)
atenda a todas as micro e pequenas empresas, com um índice de cobrança único
com base no faturamento, independentemente do ramo de atuação. O tema foi
abordado em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico,
Indústria e Comércio.
Campos informou que a
Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa prepara um projeto de lei
complementar para ampliar o número de possíveis participantes do regime. “Tenho
um mantra: para se enquadrar na lei basta ser empresa, independente da
atividade”, disse o parlamentar.
Atualmente, Lei
Complementar 123/06, que
criou o Supersimples, exclui algumas atividades desse sistema simplificado de
tributação, como empresas de transporte interestadual, de arquitetura,
consultórios médicos e odontológicos, fisioterapeutas, corretoras de seguros e
de imóveis, academias de ginástica e representantes comerciais.
Podem recolher tributos
pelo Supersimples as microempresas com receita bruta anual de até R$ 360 mil e
as pequenas que faturem até R$ 3,6 milhões por ano – desde que não estejam na
relação de vedações, como as que atuam no sistema financeiro, na área de
combustíveis, fumos e bebidas alcoólicas. Hoje, tramitam na Câmara 193
propostas para alterar a legislação em vigor.
Segundo Campos, o Supersimples
é a reforma tributária que deu certo, pois permitiu ao micro e pequeno
empresário existir na formalidade. “A vida é dinâmica e a lei precisa de
atualizações”, disse. O parlamentar criticou a atuação da Receita Federal ao
tentar barrar a inclusão de mais profissionais no regime diferenciado de
tributação. “A Receita é um freio de mão em todo o processo”, declarou.
Reivindicações
Na audiência, representantes de diferentes ramos profissionais do setor de serviços cobraram a ampliação das atividades abrangidas pelo Simples Nacional como forma de reduzir a informalidade. O presidente da Confederação Nacional de Serviços, Luigi Nese, sustentou que o segmento é o que mais emprega no País (39 milhões de trabalhadores em 1,1 milhão de empresas), mas foi desprestigiado na Lei do Supersimples. “Nosso maior ativo é o pagamento de salários, a folha de pagamento. Estamos onerando o salário e isso diminui a competividade, a empregabilidade e a formalização”, afirmou. Nese destacou ainda que o setor representa 67% do Produto Interno Bruto (PIB), que ficou em R$ 2,3 trilhões em 2011.
Na audiência, representantes de diferentes ramos profissionais do setor de serviços cobraram a ampliação das atividades abrangidas pelo Simples Nacional como forma de reduzir a informalidade. O presidente da Confederação Nacional de Serviços, Luigi Nese, sustentou que o segmento é o que mais emprega no País (39 milhões de trabalhadores em 1,1 milhão de empresas), mas foi desprestigiado na Lei do Supersimples. “Nosso maior ativo é o pagamento de salários, a folha de pagamento. Estamos onerando o salário e isso diminui a competividade, a empregabilidade e a formalização”, afirmou. Nese destacou ainda que o setor representa 67% do Produto Interno Bruto (PIB), que ficou em R$ 2,3 trilhões em 2011.
O presidente da Federação
Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci), Carlos Alberto Schmitt de Azevedo,
apontou que 35% dos 15 milhões de profissionais liberais brasileiros estão na informalidade.
“Se as clínicas [de fisioterapia] já estão nessa dificuldade, o que dirá o
profissional na ponta”, comentou. Segundo ele, entre os 250 mil corretores no
País, 70% trabalham sem carteira assinada.
Sobrevivência
De acordo com a conselheira do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8ª Região (Coffito), Marlene Izidro Vieira, as clínicas de fisioterapia não conseguem sobreviver com os impostos atuais e precisam ser enquadradas no Supersimples. “Uma clínica não consegue sobreviver se ficar só com um paciente por horário”, afirmou. Segundo ela, hoje as clínicas é que tem de fazer outros serviços, alugar salas, para poder existir. Essa reivindicação também foi feita pelo internauta Airon Razir, que participou do debate por meio de bate-papo promovido pela Coordenação de Participação Popular da Câmara.
De acordo com a conselheira do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8ª Região (Coffito), Marlene Izidro Vieira, as clínicas de fisioterapia não conseguem sobreviver com os impostos atuais e precisam ser enquadradas no Supersimples. “Uma clínica não consegue sobreviver se ficar só com um paciente por horário”, afirmou. Segundo ela, hoje as clínicas é que tem de fazer outros serviços, alugar salas, para poder existir. Essa reivindicação também foi feita pelo internauta Airon Razir, que participou do debate por meio de bate-papo promovido pela Coordenação de Participação Popular da Câmara.
“Qual a diferença entre um
fisioterapeuta e um contador? Se os contadores estão no Simples Nacional, por
que o profissional de saúde não deve estar?”, indagou Marlene Vieira. Ela
informou que as clínicas recebem dos planos de saúde R$ 7 bruto por paciente.
Conforme a presidente da
Associação Comercial do Distrito Federal, Danielle Bastos Moreira, é necessário
garantir a isonomia entre os profissionais de serviço. “A discriminação [para
incluir no Supersimples] é pela ocupação profissional. A forma atual da lei
deve ser modificada”, comentou.
Inoperância
Para o deputado Armando Vergílio (PSD-GO), a não inclusão de profissionais e empresas do setor de serviços no Supersimples acontece por inoperância do governo federal. O parlamentar também é presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor).
Para o deputado Armando Vergílio (PSD-GO), a não inclusão de profissionais e empresas do setor de serviços no Supersimples acontece por inoperância do governo federal. O parlamentar também é presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor).
Na opinião dele, o
Executivo vedou a inclusão de mais empresas e profissionais do setor de
serviços no Supersimples para não gerar um “efeito manada”. “Se houvesse
sensibilidade, teríamos um crescimento muito maior no setor, com ganhos
maiores”, argumentou Vergílio.
Arrecadação
Hoje, o regime simplificado de tributação conta com 6,56 milhões de micro e pequenos negócios. Esse número inclui mais de 2,5 milhões de empreendedores individuais (EI), trabalhadores autônomos com renda de, no máximo, R$ 60 mil por ano em atividades como cabeleireiro, manicure, vendedor de roupas e de cosméticos e fotógrafo.
Hoje, o regime simplificado de tributação conta com 6,56 milhões de micro e pequenos negócios. Esse número inclui mais de 2,5 milhões de empreendedores individuais (EI), trabalhadores autônomos com renda de, no máximo, R$ 60 mil por ano em atividades como cabeleireiro, manicure, vendedor de roupas e de cosméticos e fotógrafo.
Em 2007, primeiro ano de
vigência do Supersimples, foram arrecadados R$ 8,3 bilhões. Em 2008, o sistema
recolheu R$ 24,1 bilhões, passando para R$ 26,8 bilhões, em 2009. No ano
seguinte, o valor subiu para mais de R$ 35,5 bilhões e para R$ 42,2 bilhões, em
2011.
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